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Cuidados com a onda de calor

Dirigido à população em geral e, em especial, para cuidadores e familiares de idosos e profissionais de saúde que atendam à população idosa (hospitais, clínicas, casas de repouso e instituições de longa permanência), assim como pais, responsáveis, cuidadores e profissionais que atendam crianças (creches, escolas).

A persistência de dias com elevada temperatura (acima de 32ºC) representa riscos relevantes para a saúde de populações particularmente vulneráveis a agravos e doenças relacionadas ao calor.

São mais vulneráveis ao calor:

  • Crianças nos primeiros anos de vida;
  • Idosos;
  • Portadores de doenças crônicas (hipertensão, arritmia, respiratórias, renais, diabetes e alcoolismo, obesos);
  • Acamados;
  • Pessoas com problemas ou transtornos mental ou sofrimento psíquico;
  • Pessoas que utilizam determinados medicamentos, tais como: anti-hipertensivos, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, entre outros.

Os principais impactos sobre a saúde são:

É o resultado de sobrecarga de calor no corpo. Sinais de stress térmico podem incluir temperatura do corpo acima de 40º, perda completa ou parcial de consciência e/ou capacidade mental reduzida. Apesar da sudorese (suor ou transpiração) parecer um bom indicador, não é, pois há dois tipos de stress térmico:

Clássico – acompanhado de pouca ou nenhuma transpiração, geralmente ocorrendo em crianças, pessoas com doenças crônicas e idosos.

Por esforço – acompanhado por um aumento na temperatura do corpo devido a exercício extenuante ou exposição ocupacional em combinação com calor ambiental e quando a transpiração está geralmente presente.

Causado pela perda excessiva de água e sal. Os sintomas podem incluir a transpiração, fraqueza, tonturas, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarréia.

Causados pela perda de fluidos do corpo através do suor e pela diminuição da pressão do sangue devido ao acúmulo de sangue nas pernas. Os sintomas incluem tontura temporária e desmaios resultantes de um fluxo insuficiente de sangue para o cérebro enquanto a pessoa está em pé ou sentada.

Causada por um desequilíbrio de sal resultante de uma falha para substituir o sal perdido através de transpiração excessiva. Os sintomas são dores musculares agudas.

Resultado de inflamação de glândulas sudoríparas ocluídas e acompanhada de pequenas manchas vermelhas na pele, que podem dar uma sensação de formigamento.

Inchaço induzido pelo calor, frequentemente perceptível nos tornozelos, pés e mãos, e mais frequentemente observado em pessoas que não estão regularmente expostas ao calor.

Recomendações:

  • Evite a exposição direta ao sol, em especial, entre às 10 e às 16 horas;
  • Use chapéus e óculos escuros (especialmente para pessoas de pele clara). Proteja as crianças com chapéu de abas;
  • Use roupa solta, de preferência de algodão, e aplique sempre protetor solar;
  • Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados.
  • Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
  • Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
  • Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes.

ATENÇÃO! Os recém-nascidos, as crianças, os idosos e as pessoas doentes podem não sentir sede. Ofereça-lhes água!

  • Permaneça de 2 a 3 horas por dia num ambiente fresco. Se isso não for possível em sua casa, desloque-se para centros comerciais ou outros locais com ar condicionado;
  • No período de maior calor, tomar um banho com água ligeiramente morna. Evite mudanças bruscas de temperatura.
  • Evite a entrada do calor. Feche cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor e facilite a circulação do ar;
  • Abra as janelas durante a noite;
  • Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos roupas ao dormir, sobretudo, em bebês e pessoas acamadas.
  • Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas;
  • Leve água ou sucos de frutas naturais sem adição de açúcar;
  • Sempre que possível, viaje de noite, observando, porém, a situação de segurança no trânsito;
  • Evite a permanência de crianças, pessoas doentes ou idosos em viaturas expostas ao sol.
  • Não hesite em pedir ajuda a um familiar ou vizinho no caso de se sentir mal com o calor;
  • Informe-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas que vivem só, idosas ou com dependência que vivam perto de si e ajude-as a protegerem-se do calor.
  • Sofrer de doença crônica ou estiver em dieta com pouco sal ou com restrição de líquidos;
  • Estiver fazendo uso de medicamentos;
  • Ter sintomas pouco habituais.

  1. CANADÁ. Ministério da Saúde. Communicating the Health Risks of Extreme Heat Events: Toolkit for Public Health and Emergency Management Officials. 2011.
  2. PAHO – PAN AMERICAN HEALTH ORANIZATION; WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Heat–Health Action Pans.Washington, D.C., 2008.
  3. PORTUGAL. Ministério da Saúde. Direcção-Geral da Saúde Divisão de Saúde Ambiental. Volante. CALOR: A SAÚDE EM PERIGO Saiba como proteger-se. Disponível em: Acessado em 17/02/2014.
  4. RS. Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Núcleo de Eventos Ambientais Adversos à Saúde. Alerta para a onda de calor. Porto Alegre, 18/04/2016.

Centro Estadual de Vigilância em Saúde