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Raiva Humana

A raiva é uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal.

Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la.

A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura ou lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central (sentido centrifugo). A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica (sentido centrípeto) e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos.

Em caso de possível exposição ao vírus rábico, seja por mordedura, lambedura ou arranhadura, lavar imediatamente a localidade com água corrente e sabão em abundância e procurar assistência médica para, se necessário, aplicação de vacina e/ou soro antirrábico.

O contato indireto, com a manipulação de utensílios potencialmente contaminados, e a lambedura na pele íntegra não são considerados acidentes de risco e não exigem profilaxia da raiva.

Animal envolvido no acidente

As características da doença em cães e gatos, como período de incubação, transmissão e quadro clínico, são bem conhecidas e semelhantes. Deverão ser analisados os seguintes elementos:

  • estado de saúde do animal no momento da agressão;
  • procedência do animal;
  • hábitos de vida do animal.

A maneira como ocorreu o acidente pode fornecer informações sobre seu estado de saúde. O acidente provocado (por exemplo, o animal que reage em defesa própria, a estímulos dolorosos ou outras provocações) geralmente indica uma reação normal do animal, enquanto que a agressão espontânea (sem causa aparente) pode indicar alteração do comportamento e sugere que o animal pode estar acometido de raiva.

O animal deve ser observado por 10 dias; se em todo esse período permanecer vivo e saudável, não há risco de transmissão do vírus.

Morcegos de qualquer espécie, micos (sagüi e “soin”), macaco, raposa, guaxinim, quati, gambá, roedores silvestres, cachorro do mato, felídeos selvagens, etc. devem ser classificados como animais de risco, mesmo que domiciliados e/ou domesticados, haja vista que, nesses animais, a patogenia da raiva não é bem conhecida.

Muitos relatos na literatura médica mostram que o risco de transmissão do vírus pelo morcego é sempre elevado, independentemente da espécie e gravidade do ferimento. Por isso, toda agressão por morcego deve ser classificada como grave.

No caso de adentramento (entrada) de morcegos no interior de edificações, deve-se avaliar o risco de exposição. A profilaxia da raiva, com uso de soro e vacina, deve ser indicada nos casos de contato com o morcego e, também, nos casos duvidosos em que não é possível descartar o contato, como, por exemplo, quando ao acordar se depara com um morcego no interior de seu quarto.

Bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos, ovinos, suínos e outros também são animais de risco. Para avaliar a indicação de profilaxia é importante conhecer o tipo, frequência e grau do contato ou exposição que os tratadores e outros profissionais têm com esses animais e a incidência da raiva na região.

Os seguintes roedores e lagomorfos (urbanos ou de criação) são considerados como de baixo risco para a transmissão da raiva, não sendo necessário, portanto, profilaxia da raiva em caso de acidentes causados pelos mesmos:

  • ratazana-de-esgoto (Rattus norvegicus);
  • rato-de-telhado (Rattus rattus);
  • camundongo (Mus musculus);
  • cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus);
  • hamster (Mesocricetus auratus);
  • coelho (Oryetolagus cuniculus).

Outras informações

Dados Atendimento Antirrábico Humano 09/2018 (.pdf 4,22 MBytes)
Dados Atendimento Antirrábico Humano 09/2017 (.pdf 3,99 MBytes)

Sempre que houver indicação, realizar a profilaxia independentemente do tempo transcorrido entre a exposição e o acesso à unidade de saúde.

A história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente para a dispensa da indicação da profilaxia da raiva humana.

Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva (.pdf 1,38 MBytes)
Esquema Atendimento Antirrábico Humano (.pdf 113,35 KBytes)
Guia Prático de Atendimento Antirrábico no RS (2017) (.pdf 1,16 MBytes)
Fluxo de atendimento antirrábico humano (.pdf 78,49 KBytes)

Centro Estadual de Vigilância em Saúde