Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da Saúde
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Agrotóxico 1

Este serviço foi implantado com a missão de prevenir, minimizar ou eliminar riscos à saúde das populações expostas a agrotóxicos. O foco da atuação busca efetivar ações integradas de prevenção, promoção, vigilância e assistência à saúde desse público alvo.

A atuação da Atenção Básica, setor que recebe usuários vitimados, é importante para estabelecer as relações existentes entre as causas ambientais e o adoecimento, a fim de promover o correto diagnóstico e tratamento. O nexo epidemiológico se evidencia pelo aumento das notificações de intoxicação por agrotóxicos no RS ao longo dos anos, acompanhada do aumento do comércio destas substâncias em solo gaúcho.

De 1,42 casos por 100 mil habitantes notificados no ano de 2013, o RS atingiu 6,31 casos por 100 mil habitantes em 2017. Desta maneira estamos diminuindo a subnotificação e a meta de 6 casos por 100 mil habitantes pactuada no Plano Estadual de Saúde 2016-2019 foi alcançada. Em 2015, a média nacional de notificação deste agravo foi de 6,26 por 100 mil habitantes.

A intoxicação por agrotóxicos é de notificação compulsória no Sistema Nacional de Notificação de Agravos (Sinan). Embora a capacidade instalada do setor saúde ainda enfrente dificuldades para atender a estas intoxicações e realizar o registro, o Estado tem apresentado uma pequena melhora na sensibilidade quanto ao agravo.

No entanto, ainda há muito que avançar no registro das notificações das intoxicações por agrotóxicos. A diversidade de atores colabora para o enfrentamento dos efeitos negativos dos agrotóxicos e dá fôlego para superar o desafio da sub notificação dos casos de intoxicações por estes produtos.

ARIADNE - Sistema de busca de informações sobre agrotóxicos - O sistema viabilizado pela parceria da Universidade de São Paulo (USP) e Secretaria Estadual de Saúde (SES/GAPS/FESIMA) contempla informações sobre uso e aplicação de agrotóxicos, sobre os parâmetros fundamentais do comportamento destas substâncias no ambiente e sobre a toxicidade para a saúde humana, e direciona para bases de dados nacionais e internacionais. Apresenta ainda, dados consolidados dos registros de pulverização aérea no estado de São Paulo, nos anos de 2013 a 2015.

AGROFIT - Banco de informações de agrotóxicos e indicação de uso para combate a pragas, plantas daninhas e doenças, com o objetivo de oferecer alternativas eficazes na solução dos problemas fitossanitários. Disponível na página do MAPA para consulta pública.

FISQP - Ficha de informações de segurança de produtos químicos - É um documento normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conforme norma, ABNT-NBR 14725. Este documento, denominado “Ficha com Dados de Segurança” segundo Decreto nº 2.657 de 03/07/1998, deve ser recebido pelos empregadores que utilizem produtos químicos, tornando-se um documento obrigatório para a comercialização destes produtos. A ficha fornece informações sobre vários aspectos dos produtos químicos quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente; transmitindo desta maneira, conhecimentos sobre produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência.

Nota de repúdio ao PL 6.999/2002 - Nota informativa contendo o posicionamento do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde sobre o Projeto de Lei Nº 6.299/2002, se posiciona contrário ao que diz o Projeto de Lei Nº 6.299/2002 que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de produtos fitossanitários e de produtos de controle ambiental e afins, e dá outras providências.

Monografias - Publicações da Anvisa que apresentam resultados da avaliação e reavaliação toxicológica dos ingredientes ativos destinados ao uso agrícola, domissanitário, não agrícola, ambientes aquáticos e preservante de madeira. Estes ingredientes ativos encontram-se autorizados, com seus respectivos limites máximos de resíduo. É possível encontrar também na página a relação de ingredientes ativos de agrotóxicos, domissanitários e preservantes de madeira que, atualmente, não possuem mais autorização de uso no Brasil.

Registro de Agrotóxicos:

Abaixo os papéis de cada órgão federal na avaliação de pleitos de registro de agrotóxicos:

  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): Realiza a classificação toxicológica.
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): Realiza a avaliação de periculosidade ambiental.
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): Realiza a avaliação de eficácia agronômica registrante.
  • Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos (SIGA): Sistema online que integra todas as operações relativas ao comércio de agrotóxicos no Estado, desde o registro de empresas comerciantes até a emissão da receita agronômica e utilização dos produtos.

Nas intoxicações agudas por agrotóxicos, os primeiros sinais geralmente são pouco específicos. Apresentam-se como dores de cabeça, tontura, náuseas, cansaço e falta de motivação. Com o passar do tempo, os problemas de saúde podem piorar e provocar danos mais severos. Além disso, alguns agrotóxicos se acumulam no organismo e causam doenças mais tardias e até mais graves.

As primeiras reações dependem da via de exposição:

Via Dérmica:

  • Irritação – pele vermelha, quente e dolorosa, inchaço e, às vezes, ardência e brotoejas;
  • Desidratação - pele seca, escamosa, às vezes, infeccionada, com dor e pus, e evoluindo para cicatrizes deformadas esbranquiçadas ou escuras;
  • Alergia - brotoejas com coceiras.

Via Inalatória:

  • Ardência do nariz e da boca;
  • Tosse;
  • Corrimento de nariz;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade de respirar.

Via Oral:

  • Irritação da boca e garganta;
  • Dor de estômago;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Diarreia.

Outros efeitos que podem aparecer após a contaminação prolongada:

  • Dor de cabeça;
  • Transpiração anormal;
  • Fraqueza;
  • Câimbras;
  • Tremores;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade para dormir;
  • Dificuldade de aprender;
  • Esquecimento;
  • Aborto;
  • Impotência;
  • Depressão.

Nas intoxicações crônicas, que aparecem após exposição repetida de pequenas quantidades de agrotóxicos em um tempo mais prolongado, surgem problemas respiratórios graves, alteração do funcionamento do fígado e dos rins, anormalidade da produção de hormônios da tireoide, dos ovários e da próstata, infertilidade, malformação e problemas no desenvolvimento intelectual e físico das crianças, câncer etc.

Centro Estadual de Vigilância em Saúde